CONTRASTE DA VIDA-LUZ E VIDA-CRUZ – CONTINUAÇÃO
11
Sem Jesus não há Amor;
Sem Jesus não há a Luz;
Sem Jesus não aquilo
Que levanta a nossa cruz.
Se Jesus caminha em nós,
Com a Sua Luz o é;
A Sua Luz é Espírito e Vida
Que nos alimenta a Fé.
A Fé não se vê, é mista,
Com o coração e a Luz.
A Luz é a nossa vida;
Nosso coração é Cruz.
Se tivermos um coração
Leal e conformista,
Então já temos em nós
A Luz, que em nós transita.
Transita sobre o império
Da vida que Deus nos dá.
Mas se a vida não fôr vivida,
Volta à terra, volta atrás.
12
E vem buscar a este mundo
A sua Luz, a Verdade,
Pois é no Mundo do Mal,
Que tem de ser Caridade.
Se não compreendem, meus queridos,
Procurem um ensinamento,
Pois Deus nos dá essa graça,
Através do discernimento.
O discernimento é a Luz
Que entra no nosso espírito.
É Luz que entra na cruz
De quem tem sangue de Cristo.
Sangue de Cristo é a pureza
Que no nosso sangue está.
Se o nosso sangue fica em cruz,
A alma já não volta cá.
Fica no Espaço à espera
Da Vida que há-de vir;
Fica no Espaço em Luz,
Para na Vida, florir.
13
A Vida que há-de vir
Não é uma vida de nada:
É uma vida composta
De algo que não acaba.
O que não acaba é Luz,
Pois é a Vida de Deus.
Ela continua Infinita,
Com um porvir que é seu.
Não te vou dizer qual é,
Pois o porvir é de Deus.
Mas ele está escrito em nós,
Juntamente ao nosso eu.
E só Deus vai ler em juízo
O que no Seu Filho está,
E só Ele sabe aquilo
Que para nós Vida será.
Que Deus se amerceie* de nós,
Daquele que quer viver,
E que o ajude nesta vida,
Para a Vida compreender.
14
Porque, para o que não há remédio,
Remediado está:
É andar sempre em frente,
E sem olhar para trás.
O meu passado foi sombra,
O meu presente é de cruz;
Mas a minha vida futura
Será um hino de Luz.
E quem não acreditar
Na mensagem que transmito,
Nunca, nunca terá em si
O puro sangue de Cristo.
Não olhem para o que sou,
Mas para o que está escrito.
Escrevo com as minhas mãos,
Mas é aquilo que sinto.
Eu sinto e tu não vês,
Tu, meu pedaço de asno,
Que o que não se vê e tem
É a limpeza do pecado.
15
O pecado está em nós,
Como está a Luz da Graça,
E o pecado não é limpo
Causando aos outros desgraça.
Se me fizeres a mim
Algo que não é certo,
Não terás em ti aquilo
Que é puro e concreto.
Concreto, é a Vida pura
Que uma alma pode ter;
Concreto é tudo aquilo
Que te estou a escrever.
Mas se ofendes minha alma
Com o teu pecado vil,
Então, não terás a vida,
No mundo que há-de vir.
Eu não sou uma canastra
Onde despejes teu lodo;
Eu sou aquilo que sou,
Mas não o sou do teu logro.
16
Se logras em bem fazer,
Porque não olhas para ti,
E lograrás com aquilo
Que em ti tem a raiz.
Se tens a raiz em Deus,
Dentro dum corpo que é teu,
Porque não dás a Deus
Tudo aquilo que é seu.
Não prejudiques o próximo,
Nem o teu próprio eu.
Inclina o teu sentir
Para aquilo que Deus te deu.
Deu-te a vida para viveres,
Deu-te a Luz da compreensão,
Deu-te um destino a cumprir,
Para teres a Salvação.
E não esperes, meu asno,
No Mundo, confirmação,
Se não tiveres a certeza
Da tua vida em união.
* com o significado de " tenha misericórdia"
Antónia Rosa de Assunção Cerina- ( Ensinamentos Espirituais - caderno 3)
P.S. Aconselho voltar às publicações mais antigas, e procurar com o mesmo título, a anterior publicação de poemas, para retomar o fio à leitura e compreensão deste que agora é aqui retomado e concluído.
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