21
Deus prodigalizou, em mim,
O que, dentro de mim, está:
- É a Vida para Deus Pai,
E é tudo o que hoje me dá.
E vou repartir contigo,
Seu afecto muito grande,
Para que compreendas a Vida,
Até ao fim, em seu derrame.
É o afecto da Vida em fé,
Da Vida da Cruz em Luz,
Que Deus nos oferta, em nome
Do Bem Amado Jesus.
Eu a reparto contigo,
Meu irmão em caridade,
Para que o sintas em ti,
Em Luz e Claridade.
A Claridade da Luz
É clara para todos,
Para os que têm, na Vida,
Luz viva,na alma e nos olhos.
Para ver e compreender por si,
Qual a vontade de Deus,
E abraçar,com a Vida,
Um destino que foi seu.
22
Abraços damos, Na Vida,
Quando há Luz, pra compreender
Qual é o caminho certo,
Que temos de percorrer.
E vamos assim, andando,
Sempre, sempre, sem parar,
Até que Deus recolha, em Si,
O que ao Mundo vem buscar.
Propaga-se a Vida infesta,
Que ao Mundo causa dano;
Mas, filhos da Graça e Luz,
Isso em si, não tem tamanho.
O pecado desta vida-cruz
Está no sangue derramado,
Mas, na pureza da alma,
Está como ele é, lavado.
Lava-se o sangue da Cruz,
Com a pureza da alma,
Da alma que é viva em nós,
Pois ela, em si, não acaba.
23
Mais um ano que passou,
E eu a escrever meus versos,
Para elucidar a Vida,
Naquilo que é concreto.
Amigo, eu digo, com alma,
O que no meu coração vai;
Pois sou digna da natureza,
Que pela boca nos sai.
Sai-nos a alma e a Vida,
Do vocabulário em Cruz,
Como o ensinou, na Vida,
O Bem Amado Jesus.
E sinto tristeza em mim,
Em relação ao que é misto,
Em ver que o Mundo cruel
Dentro em si, não compreende isto.
24
Mais uma vez, vou dizer
O que me é dado saber:
- Deus em nós, é Providência,
No caminho a percorrer.
E não vou ir mais além,
No que já disse adiante:
- Segue o teu caminho certo,
Ajuda o teu semelhante.
Nos anos que vão passando,
Correm alegrias e tristezas,
Mas os anos que virão
Serão vividos em beleza.
Em beleza, para ti, por si,
Em beleza para os teus,
Se encontrarem, no caminho,
A Vida que Deus lhes deu.
Deus deu-te a Vida, em botão,
Num ramo de primaria,
Como a deu a todo o ser
Que hoje vive em demasia.
Em demasia daquilo
Que é o sistema da Vida;
Cá, tudo o que é vivo, morre,
Mas a Vida, em Deus, não finda.
Antónia d'Assunção Cerina